quinta-feira, 18 de setembro de 2008

História

Fão poderá ter origem na palavra latina Fanum – templo do deus Fano, da antiga mitologia. Mas o seu topónimo poderá igualmente ter origem no grego Phanos, significando facho ou faro, e que vai buscar credibilidade na existência do Monte de Faro, onde poderá ter existido um farol com o fim de avisar as navegações da existência dos penedos conhecidos por “Cavalos de Fão”. Assim, segundo alguns autores, Fão poderia significar cidade do Farol. Segundo algumas interpretações Fam seria uma cidade romana e ter-se-ia realizado ali um Concílio contra os Priscilianistas no tempo do papa Paulo Leão I. Mais tarde seria arrasada pelas areias e alguns vestígios encontrados em zonas escavadas dão a perceber essa possibilidade.

Os documentos mais antigos com referência objectiva ao nome Fano datam de 997, aparecendo posteriormente em 1097 onde se prova a existência das Salinas de Fam, importantes à época.
Diz-se que está actualmente situada onde existiu a antiga cidade de Águas Celenas.
Os mapas da Espanha Antiga mostram o rio Celadus a banhar a cidade de Fam e por corrupção do termo passaria a designar-se por rio Celus, que viria a desaguar próximo do local onde está a capela da Senhora da Bonança. Com o tempo o rio Celos mudou o nome para rio Cávado e mais tarde Cávado, devido às alterações causadas pelo assoreamento e pela catástrofe das areias. Interessante é também a ligação da Lenda dos Cavalos de Fão, então porto de mar, ao embarque de ouro e prata para o templo de Salomão, harmonizando-se com a referência bíblica que fala deste rei a enviar uma frota ao país de Ofir carregar o nobre metal.
Outras referências documentais vão aparecendo com o tempo, nomeadamente no reinado de D.João I.
Com os Descobrimentos Marítimos Portugueses, Fão transformou-se num centro importante de construtores navais e a Arte de Marear tornou-se familiar para os que aqui moravam. Surgiu assim em Fão uma classe de Armadores e Capitães de Barcos, que se tornariam grandes heróis nos Descobrimentos Marítimos, séc. XV – XVI. Com o Comércio em crescimento, graças às rotas com o Brasil, a Vila ficou mais rica e assim começaram a aparecer os diversos monumentos Religiosos, marcos de uma profunda fé do povo fangueiro.

A construção naval foi uma actividade importante até aos princípios do século XX.
A emigração para o Brasil em fins do século XIX e princípios do século XX fez aparecer uma nova classe endinheirada, de que são reflexos as construções apalaçadas que caracterizam o património edificado de Fão. O cemitério local é disso também um sinal exterior da riqueza da altura, com os jazigos de família em granito artisticamente trabalhado que são hoje um atractivo curioso.

Mais recentemente a indústria da cordoaria teve alguns reflexos na economia local com dois pontos de fabrico situados onde hoje se designa por rua das Cordas e no largo das Rodas.
O turismo aparece em meados do século XX com a dinâmica do nome Ofir, com a construção do Hotel com esse nome e mais tarde o Hotel do Pinhal e a Estalagem do Rio, beneficiando do mar, pinhal e rio. Até finais
da década de 80 o turismo teve um desenvolvimento importante com os mercados ingleses e holandeses a invadir esta região.
Nas economias familiares foi importante o fenómeno da emigração a partir da década de 60, sendo os países de destino a França e a Alemanha.
Com a adesão à Comunidade Europeia o país sofreu um desenvolvimento crescente mercê dos apoios comunitários e a Vila beneficiou de infraestruturas básicas importantes para a qualidade de vida dos seus residentes.